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PREVISÃO DE LANÇAMENTO: 10/11/2025. Num ensaio sobre Dante, T. S. Eliot diz que 'a poesia genuína é capaz de comunicar antes de ser entendida'. Isto porque a poesia fala não só à razão, mas ao que em nós vai além do intelecto: corpo, sentidos, emoção, instinto, intuição ... Em Fazer círculos com mãos de ave Ana Estaregui aprofunda sua pesquisa sobre as interações entre natureza e cultura, humano e mais-que-humano, numa escrita não circunscrita a um eu único: 'o coração assopra coisas indecifráveis - dá a ver aquilo que vê - [ ... ] sem os olhos ensina a pensar - como pensam os poemas - como pensam os bichos'. Essa poética nasce de uma visão de mundo e de linguagem menos antropocêntrica e mais próxima das perspectivas indígenas. Não por acaso, as referências a cantos, crenças, línguas e costumes indígenas proliferam e inspiram muitos dos poemas. Outra ideia forte do livro é a de que 'são os poemas que procuram as pessoas - e não o contrário'. É como se, ao expandir as fronteiras da linguagem e da consciência, a poeta pudesse ouvir a voz da natureza (plantas, animais, elementos) - e a poesia sempre foi o lugar privilegiado para isso: 'tenho um pássaro no lugar do coração - carrego sementes e palha na boca - ensino espaço - em troca ele me devolve - um brevíssimo canto - regulo o meu ouvido para que ouça'.