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Vivemos uma combinação de fatores que trouxe enorme esgotamento físico, mental e emocional para as mães. Por conta de um desalinhamento evolucionário, a maternidade se tornou mais complexa do que sempre foi e, por consequência, mais difícil para a mulher.
A modernidade exige que sejamos mães como se nunca tivéssemos vivido o lado profissional, ou trabalhar como se não tivéssemos filhos chorando pela nossa falta em casa. Mas essa conta simplesmente não fecha. O maternar se tornou uma matemática desequilibrada que, no final das contas, não bate, e quem paga é a saúde mental das mães por causa do acúmulo de funções, da exaustão e da falta de suporte.
Ao enfrentar a endometriose, a ansiedade pós-parto, uma insônia persistente, viver uma perda gestacional, perder o útero na terceira gestação e descobrir que vivia a perimenopausa e o TDPM com filhos pequenos, Fernanda percebeu que as mães exercem uma função fadada ao insucesso nos dias de hoje, pois vivem o conflito de existir em uma sociedade patriarcal, feita por homens e para homens.
Ser mãe é o trabalho mais invisível na sociedade capitalista em que vivemos. Não há recompensa imediata, nem remuneração, tampouco garantias de que nosso esforço será reconhecido. Ainda assim, é o trabalho mais difícil e o mais importante que existe - e que tem o poder de nos ensinar profundamente sobre a vida.
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